Publicado em 15 de abril de 2025
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Na maioria dos casos, os cânceres ginecológicos são silenciosos, fazendo com que as pacientes descubram a doença apenas em estágios avançados.
No meio médico, costuma-se definir como “doenças silenciosas” aquelas cujos sintomas demoram a aparecer e, quando surgem, o problema já apresenta complicações. Difícil de ser detectado, o câncer ginecológico acomete muitas mulheres, por isso é importante saber identificá-lo para possibilitar mais rapidez no diagnóstico e, consequentemente, no tratamento.
Os cânceres ginecológicos mais comuns são os que atingem útero, ovário e endométrio. Embora raros, também podem aparecer tumores na vagina e na vulva1. Conheça os principais!
Principais tipos de cânceres ginecológicos
No Brasil, o câncer de colo de útero é uma das principais causas de morte, apesar da maior facilidade na detecção e prevenção. É o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, responsável por 311 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres (dados IARC, 2020)2. A infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV) é um dos principais fatores para o desenvolvimento da doença1.
É uma doença de desenvolvimento lento, que pode cursar sem sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados, segundo dados do INCA, 20211.
O câncer de ovário é ainda mais difícil de ser diagnosticado e possui menor chance de cura, pois em 75% dos casos ele é descoberto em estado avançado. Entre os fatores de risco, considera-se ter idade superior a 40 anos, histórico familiar, não ter tido filhos ou ter sido mãe após os 30 anos, além do uso contínuo de anticoncepcionais ou reposição hormonal3.
Em boa parte dos casos, o câncer de endométrio é ocasionado pela longa exposição ao hormônio estrogênio, produzido pelo próprio corpo ou recebido por terapia hormonal. Outros fatores incluem menstruação precoce, menopausa tardia, nunca ter engravidado, idade avançada, terapia hormonal para câncer de mama, histórico familiar de câncer na região do útero e obesidade.
O câncer de vagina é um tumor mais raro, a ocorrência também pode estar associada ao HPV. Outros fatores de risco incluem histórico de lesões pré-cancerígenas (como neoplasia intraepitelial), antecedente de câncer cervical, pessoas cujas mães fizeram uso do dietilestilbestrol para prevenção de aborto durante a gestação, múltiplos parceiros sexuais, início da atividade sexual em idade precoce, pessoas imunossuprimidas, tabagistas e mulheres com idade acima de 60 anos3,4.
Também bastante incomum, o câncer de vulva acomete predominantemente pessoas entre 65 e 70 anos, se apresentando como úlcera ou placa, normalmente se desenvolvendo de maneira lenta durante vários anos3. Os fatores de risco ainda são desconhecidos, mas novamente o HPV é uma provável causa.
Outros fatores identificados são pessoas imunossuprimidas, com histórico de lesões vulvares pré-cancerígenas ou lesões de pele envolvendo a vulva, pessoas que tiveram câncer cervical prévio, tabagismo e idade avançada3,4.
Sintomas relacionados
Além do acompanhamento de saúde periódico, com visita ao ginecologista e realização de exames, a paciente deve buscar ajuda para investigar diante dos seguintes sinais de alerta do corpo:
- Sangramento vaginal não relacionado à menstruação;
- Inchaço abdominal;
- Sensação de estômago cheio;
- Dor pélvica ou pressão abaixo do umbigo;
- Dor de estômago;
- Vulva e vagina com feridas ou bolhas;
- Dores durante a relação sexual.
A presença destes sintomas não indica necessariamente qualquer tipo de doença, mas é importante a investigação, pois quanto antes o diagnóstico é feito, maiores as chances de sucesso no tratamento3,4.
Exames, tratamento e prevenção do câncer ginecológico.
O principal exame para confirmação do diagnóstico é a biópsia, mas outros exames clínicos e de imagem podem ser realizados, dependendo de cada caso, para determinar a extensão do tumor.
O tratamento adequado depende do estadiamento da doença, que é o processo para determinar a localização e a extensão do câncer presente no corpo de uma pessoa.
As modalidades disponíveis são: cirurgia, radioterapia externa, braquiterapia, quimioterapia ou a combinação de duas ou mais modalidades.
Já em relação aos métodos de prevenção, a consulta periódica com o ginecologista e a realização anual do exame Papanicolau são as mais indicadas, já que mantém o rastreamento regular de possíveis alterações.
Hábitos como fazer atividades físicas, ter uma dieta equilibrada, usar preservativos durante o sexo e se vacinar contra o HPV são igualmente essenciais para evitar cânceres ginecológicos.
Esse é um conteúdo meramente informativo, portanto não substitui a consulta médica.
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Referências:
- Instituto Nacional De Câncer (INCA). Conceito E Magnitude. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude
- International Agency for Research on Cancer. Cancer Today. Disponível em: https://gco.iarc.fr/today/home
- Câncer ginecológico: saiba quais são os tipos e tratamentos. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-ginecologico-saiba-quais-sao-os-tipos-e-tratamentos/14969/7/
- C. Camargo. Tumores ginecológicos além do colo de útero: informe-se e cuide de você! Disponível em: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/tumores-ginecologicos-alem-do-colo-de-utero-informe-se-e-cuide-de-voce
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