Congelamento de óvulos ou embriões, o que é melhor? Entenda a diferença

Publicado em 15 de abril de 2025
Fertilidade

O congelamento de óvulos ou embriões é um dos procedimentos de preservação da fertilidade mais buscados na atualidade. Segundo um relatório recente publicado pela revista norte-americana Time, de 2019 para 2020 clínicas nos Estados Unidos relataram um aumento médio de 50% no número de óvulos criopreservados.

O método comumente é procurado por mulheres ou casais que desejam adiar os planos da maternidade para o futuro, ou mesmo enquanto alternativa de proteger a fertilidade de mulheres em tratamento de câncer, para pacientes que precisam remover os ovários por doenças benignas, como a endometriose, ou que serão submetidas a tratamentos que possam comprometer sua reserva ovariana.

Em 2019 foram congelados 100.380 embriões para uso em técnicas de Reprodução Humana Assistida no Brasil, crescimento de 13% se comparado ao ano anterior.

Seja qual for o motivo que leva à busca por um tratamento de preservação da fertilidade, é natural chegar ao consultório médico com dúvidas, e é muito importante esclarecê-las junto ao especialista antes de escolher com qual método seguir. Para te ajudar nessa jornada, reunimos aqui as principais diferenças sobre uma dúvida comum quando o assunto é congelamento de óvulos: afinal, será que é melhor congelá-los já fecundados? Entenda!

Congelamento de óvulos

De forma resumida, podemos definir o congelamento de óvulos como um método em que os óvulos da mulher são coletados e colocados em nitrogênio líquido, para serem congelados e armazenados em uma temperatura muito baixa (196ºC negativos). Os óvulos maduros são selecionados e ficam guardados até que a paciente deseje seguir com gestação, quando então são fertilizados em laboratório, por meio da técnica de fertilização in vitro (FIV) e transferidos de volta para o útero. (saíba mais)

O método tem como objetivo principal preservar os óvulos para oferecer à paciente melhores chances de uma gravidez no futuro. O procedimento é especialmente recomendado para a mulher, ou qualquer pessoa com útero, que por algum motivo deseje adiar a maternidade, o que pode envolver questões pessoais ou clínicas, como o enfrentamento de um tratamento de combate ao câncer, baixa reserva ovariana ou histórico de menopausa precoce, para citar alguns exemplos.

Principais passos do congelamento de óvulos
1.Estimulação ovariana 2.Coleta dos óvulos 3.Congelamento dos óvulos maduros

Congelamento de embriões

Você deve saber que para uma gestação acontecer é preciso que exista o encontro do gameta feminino (óvulo) com o gameta masculino (espermatozoide). Quando por algum motivo essa fecundação não pode acontecer naturalmente, pela relação sexual, há a opção de realizá-la em laboratório, através da fertilização in vitro.

Assim como o congelamento dos óvulos, o congelamento de embriões é realizado por meio da técnica de vitrificação, mas costuma ser indicado em casos mais específicos, quando a mulher já tem um parceiro estável e o casal não pode ou não deseja uma gravidez no momento atual ou em um futuro próximo.

O método também pode ser indicado quando o processo de FIV resulta em mais embriões do que o necessário, quando a mulher tem risco de síndrome de hiperestimulação ovariana durante um tratamento de fertilização, ou mesmo caso um dos parceiros esteja enfrentando uma doença que pode colocar sua fertilidade em risco.

Principais passos do congelamento de embriões:

  1. Estimulação ovariana
  2. Coleta dos óvulos
  3. Coleta dos espermatozoides
  4. União de óvulo e espermatozoide em laboratório (Fertilização in Vitro)
  5. Congelamento dos óvulos já fecundados

Mas afinal, é melhor congelar óvulos já fecundados ou não?

A escolha sobre a melhor opção para cada paciente é particular que deve ser analisada junto com o especialista, considerando diversos aspectos importantes tais como histórico clínico e o planejamento familiar. No entanto, podemos esclarecer algumas diferenças para que você entenda as recomendações mais comuns para cada uma das situações.

Por exemplo, quando a mulher já tem um parceiro estável pode ser mais indicado o congelamento de óvulos já fecundados, uma vez que o procedimento pode dar mais chances de gravidez ao casal, se tiver sucesso durante o processo de fertilização in vitro. Por outro lado, quando a mulher não tem um parceiro ou parceira e decide – ou precisa – realizar o procedimento de criopreservação, talvez a alternativa mais viável seja o congelamento de óvulos não fecundados, garantindo assim sua total autonomia sobre eles no futuro.

Embora em termos de resultados, as duas opções tragam respostas muito semelhantes, em resumo, as diferenças entre congelar óvulos já fecundados ou não são especialmente quanto as regras e limitações de cada escolha:

  • O congelamento de óvulos não fecundados garante autonomia de decisão à paciente quanto à sua utilização, ou não, no futuro;
  • Quando já fecundados, os embriões não podem ser descartados antes de três anos de congelamento, ao contrário dos óvulos;
  • Ao realizar o procedimento junto com um parceiro, no caso do congelamento de embriões, o material genético pertence ao casal. Dessa forma, toda decisão acerca de sua utilização futura deve ser em comum acordo.

É importante lembrar que independentemente do método escolhido, o fato de congelar óvulos não garante uma gravidez, assim como qualquer tratamento na área de reprodução humana. Se você deseja ser mãe, mesmo que não agora, não deixe de ter essa conversa com o seu ginecologista. Somente o médico poderá avaliar o melhor tratamento, se e quando você precisará realizá-lo para garantir as melhores chances de uma futura gestação.

Referências:

1. TIME. Data Show More Women Are Freezing Their Eggs During the Pandemic, Defying Doctors’ Expectations. Disponível em: https://time.com/5927516/egg-freezing-covid-19-pandemic/

2. Huntington Pró-Criar. Guia de congelamento de óvulos: tudo o que você precisa saber. Disponível em: https://www.procriar.com.br/blogprocriar/guia-de- congelamento-de-ovulos-tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-congelar-ovulos/ 3. Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio). 13° Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiOTVjMDYxOGMtMmNlYy00MjQ3LTg3Y 2ItYTAxYTQ4NTkxYjFkIiwidCI6ImI2N2FmMjNmLWMzZjMtNGQzNS04MGM3LWI3MDg1ZjVlZGQ4MSJ9&pageName=ReportSection770f72a0cca27de07030

4. Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Ascensão profissional é um dos motivos para mulheres adiarem a maternidade. Disponível: https://sbra.com.br/noticias/ascensao-profissional-e-um-dos-motivos-para-mulheres-adiarem-a-maternidade/

5. Huntington pró-criar. 5 fatores que levam as mulheres a fazer criopreservação de embriões. Disponível em: https://www.procriar.com.br/blogprocriar/5-fatores-que-levam-as-mulheres-fazer-criopreservacao-de-embrioes/

6. Conselho Federal De Medicina (CFM – Brasil). Resolução CFM No 2.294, de 27 de maio de 2021. Disponível Em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao- cfm-n-2.294-de-27-de-maio-de-2021-325671317

Acessos em 20/05/2022 Este material informativo não substitui a conversa com um médico, pois apenas esse profissional poderá orientá-lo(a) sobre a prevenção de doenças e o uso adequado de medicamentos. Não tome nenhum medicamento sem ter recebido orientação médica.

BR-ELO-110043 PRODUZIDO EM JUNHO/2022 VÁLIDO POR 1 ANO